quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

MCore entrevista: Adrift - Rio de Janeiro, Brasil


A nossa equipe conversou há alguns dias atrás com a banda Adrift, hardcore melódico do Rio de Janeiro/RJ. A banda foi formada no final de 2010 e recentemente lançou um EP intitulado ''Promessas'', que contém 5 faixas. Pra quem curte bandas como Rufio, This is a Standoff, No Use For a Name e Face to Face, vale a pena conhecer o som dos caras. Confira a entrevista abaixo: 

Ouça o EP ''Promessas: 

1. Sob as Lentes
2. Passos e Pedras
3. Adeus
4. Do Ouro ao Tolo
5. 25 de Março 



Quando surgiu a banda? 

A banda surgiu no final de 2010 em power trio (Raul, Vinicius e Guilherme) com a única intenção de tocar hardcore melódico, com influência das bandas que ouviamos na época como Belvedere, Satanic Surfers, Rise Against e acabamos lançando uma Demo em 2011 que não foi muito divulgada, mas serviu para decidirmos o rumo da banda. Depois de algumas reformulações e a entrada do guitarrista Evandro nós lançamos o “À Deriva” que nos possibilitou tocar por aí e após alguns problemas internos de ideia, acabamos dando uma pausa para reformulações e voltamos produzindo o novo álbum “Promessas” com uma nova formação que conta com Bruno Sieira (Guitarra), Flap (Baixo), Romulo Estige (Bateria) e Eu, Raul na Voz e Guitarra.

O nome Adrift tem algum significado em especial?

“Adrift” em português significa “À Deriva”, que faz referência a embarcações que se encontram sem rumo no mar aberto. É a forma que vemos o ser, em uma confusão ideológica, tentando se encontrar em tantos questionamentos e perguntas às vezes retóricas.

Quais são as principais influências de vocês musicalmente? 

É um pouco difícil citar referências, pelo fato de sermos estudantes de música e por isso gostarmos muito de quase tudo. Mas eu citaria como influência para a composição do “Promessas” bandas como The Story So Far, The Wonder Years, Belvedere, Such Gold, Angra e um pouco de Guthrie Govan.

Quais são os temas que vocês costumam abordar em suas letras?

Nossas letras são quase sempre relativas, dependem de um ponto de vista, isso é feito propositalmente pra incitar diversos tipos de emoções em diversas pessoas diferentes. Mas de um modo geral, abordamos temas sentimentas, socioculturais e existenciais. Eu como compositor, obviamente tenho minha própria visão sobre minhas obras, mas deixo isso em aberto pra instigar a reflexão do ouvinte. A música Adeus, por exemplo, pode ser interpretada tanto como uma canção de amor, o despreendimento de algo que te fez  mal ou até de um suicídio.

Qual é a visão de vocês sobre a cena underground no Brasil atualmente, principalmente entre as bandas de hardcore? Existe algo que precisa melhorar?

Acredito que no Brasil ainda falta um pouco de ideologia e vivência sobre aquilo que as bandas disseminam em suas letras, algumas vezes, as bandas parecem mais estar em uma briga de crianças sedentas por likes e comentários, do que preocupados realmente por uma causa plausível. Resolvendo isso, resolveríamos muitos problemas, inclusive a má interpretação entre União/Panela/Produtor. Depois de muito penar desse mundão, percebi que fazer o nosso com muito amor, respeitando os outros é a melhor forma de estar nesse corre. Não dependemos de produtores, não dependemos de puxar saco de bandas maiores, não dependemos de nada, mas respeitamos à todos e exigimos respeito, como tudo deve ser.

E como está a cena underground no Rio de Janeiro atualmente? 

No Rio de Janeiro (falo pelo hardcore) a cena existe se você quiser tocar e agregar e se ela não existir, você deve ser sua própria cena, metendo as caras com garra e atitude. Concordo que deu uma enfraquecida do que foi há uns anos atrás, não sei dizer exatamente o porquê, mas algumas bandas como a New Day Rising do RJ tem feito um trampo que eu tiro o chapéu e acho que isso vai melhorar esse ano, estamos dispostos a ajudar. 

Vocês lançaram um EP recentemente. Quais são os planos da banda daqui pra frente?

Agora é por o pé na estrada pra somar nossa experiência de palco, ampliar nossos horizontes, fazer amigos, conhecer lugares e começar a produzir nosso CD já com uma bagagem e uma cara mais séria, letras mais incisivas e instrumentais mais elaborados. Resumindo, vamos pra estrada evoluir nossa identidade.

Qual o conselho de vocês para as bandas que estão começando agora?

A imagem é legal, mas o som é primordial. Estudem música, leiam pra caralho, tenham um ideal, mudem alguma coisa, plantem uma àrvore e principalmente, toquem pra caralho, na rua, no bar, no festival, esquece o dinheiro, ver uma pessoa cantando sua música é muito mais importante e o que tiver de vir, virá pelo seu trabalho duro, não por pretensão.

Muito obrigado por nos ceder esta entrevista. Deixe um recado para os leitores da MCore:

Agradeço o espaço cedido pela MCore, um abraço pro Felipe Balbino e também queria dizer que vocês podem acreditar de verdade, tem muita coisa boa vindo por aí. Nós prometemos!
#Promessas2016

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